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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O Brahmana e o Vaishnava

por Lokasaksi Dasa, quarta, 21 de Dezembro de 2011 às 08:51
por Purushatraya Swami

Atendendo a pedidos, vamos comentar mais sobre a iniciação e sobre o processo através do qual uma pessoa se torna um Dvija, ou Brahmana duas vezes nascido. A iniciação é conhecida tecnicamente como Diksha e se refere ao processo de obtenção do conhecimento divino, Divya-jñana. De fato, a característica Divya-jñana de um Brahmana, livra-o da tendência a executar atividades pecaminosas, as quais são a verdadeira causa do sofrimento. Srila Prabhupada explica que, depois de se tornar um Dvija, duas-vezes-nascido, com a guia de seu Guru, o candidato se torna bem versado nos Vedas e alcança um estágio mais elevado, tornando-se um Vipra, ou um Brahmana qualificado. Todo o processo consiste no estudante se render a um Guru e iniciar seus estudos védicos até alcançar a realização de Brahman, a realização do aspecto absoluto de Deus. Depois, ele continua avançando na vida espiritual até se tornar um verdadeiro Vaishnava - o estágio em que ele se torna consciente do aspecto mais elevado da Verdade Absoluta, Bhagavan ou a Suprema Personalidade de Deus. Tal estágio se chama consciência de Krishna.

Sabe-se que muitos Brahmanas não atingem a realização de Bhagavan, o aspecto pessoal de Deus. Por outro lado, pode haver Shudras, Vaishyas ou Kshatriyas que alcançam este estágio elevado tornando-se um verdadeiro Vaishnava. Por isso, no caminho de Bhakti, a verdadeira meta da iniciação Diksha é promover o estudante a posição de Vaishnava por que, no sentido estrito de verdadeiro conhecimento (e não de mera erudição), o estágio Vaishnava é o status pós-graduado de um Brahmana.

Certas vezes percebemos que uma pessoa aceita e compreende Krishna como a Pessoa Suprema. Mesmo que isto ocorra de forma simples, sem muita erudição ou características intelectuais, ainda assim esta pessoa já se tornou um Vaishnava. Talvez ela tenha se tornado um Vaishnava misto, ainda sob a influência de maus-hábitos e sem uma conexão tão profunda com Krishna, mas se for sincera Krishna irá iluminá-la internamente. Na Bhagavad-gita Krishna menciona que existem quatro classes de pessoas que se aproximam dele: o curioso, o aflito, o que busca riqueza e o sábio.

Mas, dentre eles, o sábio (ou aquele com características latentes de um Brahmana) é considerado superior.

Na escritura védica Sara Samgraha existe um verso que afirma que, assim como o rei aceita os pecados de seus ministros ou o marido aceita os defeitos de sua esposa, de forma semelhante o mestre espiritual deve aceitar as reações pecaminosas de seus discípulos.Depois de se render à idéia de receber a guia qualificada do Guru, é importante que, no momento certo, o discípulo receba formalmente a iniciação do Guru, para limpar seu coração e para purificar-se das tendências pecaminosas. Além disso, a iniciação livra gradualmente o discípulo dos comprometimentos com o Karma criado pelas atividades pecaminosas anteriores e se conecta não somente com seu Guru, mas com o Guru do seu Guru e assim por diante.

Ao receber a iluminação básica de seu Guru, um novo campo de atividades transcendentais se descortina diante do discípulo, levando-o, objetivamente, ao início de um novo tipo de vida. Então, ele deverá continuar recebendo instruções do Guru, enquanto não para de se esforçar para avançar espiritualmente. Na verdade, o papel do Guru é iluminar constantemente o discípulo com o sol do conhecimento transcendental. O filho é sempre o filho e o pai sempre o pai. Ou seja, o filho é sempre subordinado ao pai e isto nunca vai mudar. Pode até ser que o filho tenha conseguido mais sucesso do que seu pai, mas ele continua sendo filho e deve ser sempre agradecido e rendido ao pai. Na verdade, qualquer avanço obtido pelo discípulo se deve à graça e ajuda do Guru.

Nas escrituras encontramos diversas afirmações que dizem que ninguém poderá chegar à perfeição da vida espiritual e alcançar Krishna-prema, amor por Deus, sem se manter subordinado ao Guru. É o Guru que gradativamente vai ajudando o discípulo a se tornar pleno de consciência de Krishna e vai dissipando a escuridão da ignorância e a ilusão de Maya. É somente através do Guru que o discípulo consegue despertar seu eterno relacionamento com Sri Krishna, a Suprema Personalidade de Deus, coroando sua vida de bem-aventurança e júbilo.


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