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sexta-feira, 28 de maio de 2010

Piloto da Revista Haribol!

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Uma outra realidade

por : Bhagavatamrta Dasa





Algum dia você já se perguntou se o mundo que temos à nossa volta é mesmo real, ou se ele é apenas algum tipo de sonho ou ilusão? Provavelmente, a maioria das pessoas se fazem esta pergunta em algum ponto de suas vidas.
Embora o avanço da ciência tenha nos trazido muitos benefícios, ela tem falhado em responder a pergunta mais importante: quem realmente somos. Você pode dizer que é brasileiro, filho de fulano e pai de ciclano, mas estas são apenas designações temporárias, que estão relacionadas com o seu corpo e não com o seu verdadeiro eu.
Todas as religiões concordam com a ideia de que somos almas espirituais eternas. Isso nos leva a uma pergunta obvia: se somos eternos, por que habitamos um corpo temporário, que seremos obrigados a abandonar no devido curso do tempo?
No segundo capítulo do Bhagavad-Gita, Krishna oferece uma resposta simples para a questão:
"Nunca houve um tempo em que Eu não existisse, nem você e nem todos estes reis; e no futuro nenhum de nós deixará de existir. Assim como a alma corporificada passa, neste mesmo corpo, da infância à juventude e então à velhice, ela passa para outro corpo no momento da morte. Uma alma auto-realizada não se confunde com tal mudança." [BG 13-14]
Estes dois versos apresentam uma multiplicidade de ideias. A primeira dela é o conceito de eternidade. É fácil aceitar a ideia de que somos eternos no sentido de que não deixaremos de existir, mas a versão apresentada é que não apenas não deixaremos de existir, como na verdade sempre existimos. Nascimento e morte existem apenas dentro da plataforma material e nossa verdadeira natureza é à parte dela.
O verso continua com a ideia de que transmigramos entre diferentes corpos mesmo nesta vida. Você pode não se lembrar de quando tinha apenas um ou dois anos e dava seus primeiros passos, ou mesmo de muitas coisas que fez durante a infância, mas seus pais podem descrever estes eventos com detalhes. Seu corpo de criança não existe mais e sua mentalidade também mudou, mas a mesma consciência continua presente. O simples fato de você não se lembrar destes fatos, não significa que eles não aconteceram. Da mesma maneira, tivemos outros corpos no passado e aceitaremos outros no futuro. O verso é concluído com a ideia de que "uma alma auto-realizada não se confunde com tal mudança".
E o que seria uma alma realizada? Os dois versos seguintes oferecem uma explicação:
"Ó filho de Kunti, o aparecimento temporário de felicidade e aflição, e seu desaparecimento no devido tempo, são como o aparecimento e o desa- pare- cimento do inverno e do verão. Eles surgem da percepção dos sentidos, ó descendente de Bharata, e é preciso aprender a tolerá-los sem se perturbar.
Ó melhor entre os homens [Arjuna], a pessoa que não é perturbada pela felicidade e aflição e permanece estável em ambas, é certamente elegível para a liberação." [BG 15-16]
Nos Vedas, este mundo é comparado com o reflexo de uma árvore projetado sobre um lago. Não apenas o reflexo é instável, devido à ondulação da água, mas ele é também uma imagem invertida da árvore original. O plano espiritual é descrito nos Vedas como sendo "Satcitananda", que é a combinação de três palavras: sat (eterno), cit (pleno de conhecimento) e ananda (pleno de bem-aventurança). É oposto exato deste mundo, onde recebemos corpos temporários, não sabemos sequer quem realmente somos e temos uma existência atribulada.
Os problemas desse mundo são na verdade resultados da interação com a matéria e na verdade não atingem a alma, que faz parte da natureza superior. O verso nos apresenta a ideia de que uma pessoa auto-realizada sabe como aplicar este conceito na prática e por isso, embora continue executando seus deveres materiais, interiormente permanece estável em ambas as situações. Existem muitos exemplos de personalidades históricas que atingiram este nível de perfeição, como muitas grandes personalidades citadas nos Vedas e muitos santos cristãos, o que nos assegura de que, embora difícil de alcançar, este nível de perfeição não é impossível.
O verso é então concluído com a frase "é certamente elegível para a liberação". No contexto usado, liberação não significa apenas se tornar imune ao sofrimento material, mas deixar de vez o universo material e atingir o universo espiritual, deixando o reflexo no lago e conquistando um lugar na árvore verdadeira. Este é o verdadeiro objetivo da vida.

O processo de cantar
Por Alexander Shenkar

A vibração transcendental que se materializa através do cantar de Hare Krishna, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare, Hare Rama, Hare Rama, Rama Rama, Hare Hare é o método sublime para reviver nossa consciência transcendental. Como almas espirituais eternas, somos todos originalmente entidades conscientes de Krishna, mas devido à nossa associação com a matéria desde tempos imemoriais, nossa consciência está agora adulterada pelo contato com a natureza material.
A atmosfera material na qual estamos vivendo atualmente é chamada de Maya, ou ilusão. Maya significa "aquilo que não é". E o que seria esta ilusão? A ilusão é que estamos todos tentando nos tornar senhores da natureza material, enquanto na verdade estamos sob o julgo de situações além de nosso controle. Quando uma entidade viva tenta imitar o Senhor Supremo, é dito que ela está sob a ilusão. Estamos tentando explorar os recursos da natureza material, mas na verdade estamos ficando cada vez mais enredados em sua complexidade. Dessa forma, embora estejamos ocupados em uma dura luta para conquistar a natureza material, nos tornamos cada vez mais dependentes dela. Esta luta ilusória contra a natureza pode ser parada apenas ao reviver nossa consciência original eterna, como associados de Krishna, Deus.
O mantra Hare Krishna é o processo transcendental para reviver esta consciência pura original. Pelo contato com esta vibração transcendental, podemos eliminar todas as dúvidas e apegos em nossos corações.
A consciência de Krishna não é uma imposição artificial. Ela é a consciência original de todas as entidades vivas. Quando ouvimos esta vibração transcendental, esta consciência é revelada. Este é o processo de meditação recomendado para esta era. Ao cantar, você pode sentir, por experiência prática, um êxtase transcendental, vindo do plano espiritual, que se torna mais intenso com a prática.
A palavra "Hara" é uma forma de endereçar a energia de Deus, enquanto tanto "Krishna" e "Rama" endereçam Deus diretamente. Krishna e Rama significam "a fonte suprema de prazer" e Hara é a potência interna de Krishna, pronunciada como "Hare" na evocativa. A potência interna de Krishna nos ajuda chegar até ele e nos ocuparmos em seu serviço.
A energia material, chamada Maya é também uma das múltiplas energias de Deus, enquanto nós, as entidades vivas, somos sua energia marginal. As entidades vivas são descritas como sendo superiores à energia material. Quando a entidade viva entra em contato com a matéria, surge uma situação de incompatibilidade, que leva ao sofrimento, mas quando ela volta a entrar em contato com a energia transcendental superior, Hara, sua condição natural de felicidade e bem-aventurança é restabelecida.
Estas três palavras, Hare, Krishna e Rama, são as sementes transcendentais do maha-mantra. O cantar é um chamado espiritual por Deus e Sua energia, exatamente como o choro de uma criança aflita pela falta da presença da mãe. A mãe Hara ajuda o devoto a obter a graça do pai, que se revela ao cantar o mantra sinceramente.
Você pode cantar o mantra em qualquer lugar e a qualquer hora, mas o melhor é estabelecer um horário do dia e cantar regularmente. As primeiras horas da manhã são ideais.
O cantar pode ser feito de duas formas. O cantar alto é chamado de "kirtana" e é geralmente feito em grupo, enquanto o cantar meditativo, em voz baixa, é chamado de "japa". Ao cantar, se concentre-se no som do mantra e pronuncie as palavras de maneira distinta, em um humor meditativo.
O melhor é cantar usando uma japa-mala. Ela ao mesmo tempo o ajuda a fixar a atenção e permite que você saiba o quanto cantou. A mala é composta por 108 contas menores e uma conta maior no centro, que representa Krishna. Comece com a conta imediatamente seguinte à maior, segurando-a gentilmente entre o polegar e o dedo médio da mão direita, passando uma conta para cada vez que cantar o mantra. Ao chegar na última conta, completando a volta, vire a japa (sem cantá-la) e comece de novo.
Devotos iniciados fazem o voto de cantar pelo menos 16 voltas diariamente, mas você pode cantar qualquer número de voltas, mesmo que apenas uma. O princípio básico é se comprometer a cantar um certo número de voltas e cantá-lo todos os dias. Quando sentir que chegou a hora, aumente seu número de voltas. Você pode (e deve!) cantar mais voltas que seu mínimo diário, o importante é cantar todos os dias, mesmo com todos os imprevistos.

Derrotando o cientificismo
por Tamohara Dasa V. (ACBSP)

Cada vez mais, temos o debate entre os partidários do cientificismo e do ateísmo e os praticantes de diferentes religiões, em um embate entre a ciência e o conhecimento espiritual. Entretanto, se observarmos a real situação do mundo a nossa volta, podemos encontrar pistas de qual é o melhor caminho a seguir.
Um sistema de pensamento que correlaciona ou explica mais do que podemos observar diretamente, pode ser mais correto ou verdadeiro, uma vez que não é artificialmente limitado pelo que podemos observar diretamente. A favor desta ideia, podemos notar que mesmo em um nível físico elementar, a gravidade e outras forças da natureza não possuem propósito que não seja na relação entre um objeto e outro. A lei da gravidade, por exemplo, precisa de um objeto (como um planeta) sobre o qual possa agir, atraindo assim outros objetos próximos. Sendo assim, mesmo as leis universais agem apenas situações onde temos um conjunto de objetos relacionados.
Mesmo em um nível atômico, podemos observar que os elementos possuem uma capacidade intrínseca de se relacionarem mutuamente de forma sistemática, como ao combinar dois átomos de hidrogênio e um de oxigênio para formar uma molécula de água. Elas trabalham sob leis estritas, que ditam em que situações estas combinações podem ocorrer, leis que são estudadas dentro da química.
Em um nível mais elevado de complexidade, temos as árvores, que assim que recebem luz do sol, abrem suas folhas para capturar a energia de que precisam para sobreviver. Posteriormente elas produzem sombra, frutos, etc. que são aproveitados por outros seres vivos. Podemos dizer que a natureza essencial das árvores é buscar intercâmbios de energia e oferecer serviços a outros seres, um princípio que pode ser aplicado também aos seres humanos e outras entidades vivas.
Seja no caso dos elementos, das leis da física, ou dos seres vivos, todos precisam interagir com outros para dar sentido à sua existência. Seres mais avançados, tais como os seres humanos, tendem a aperfeiçoar constantemente esta ciência de trocas para aperfeiçoar suas relações (seja com outros seres humanos, com bichos de estimação ou com outros seres) e ter acesso assim ao prazer derivado delas.
Se avançarmos no conceito, iremos perceber que esta é uma lei universal, a "ciência da troca", que podemos chamar de "serviço", ou seja, uma troca voluntaria de ações ou energias, que beneficia os participantes. É um fato universal que todos os seres vivos precisam interagir com o ambiente e com outros seres vivos para sobreviverem. O ramo da biologia confirma isso, mas não explica de forma convincente nem completa a motivação e nem a riqueza das experiências que são experimentadas pelos diferentes seres vivos como resultado destas trocas de serviços.
O processo científico não endereça a troca de serviços como uma lei universal e nem trata do serviço devocional, ou seja, o sentimento amoroso e a intenção dos participantes, e nem as trocas entre a alma individual e o Ser Supremo, cujas características são entendidas pelos que estão plenamente imersos nas variedades de amor divino.
O Sri Isopanisad afirma que tanto a matéria inanimada quanto as entidades vivas emanam do Ser Supremo, conceito que é encontrado também no Torá e em outras escrituras sagradas. Podemos então, obter conhecimento acerca do sarva karana karanam, a causa de todas as causas, através da observação das características universais do mundo a nosso redor, já que ele está relacionado à fonte em muitos aspectos.
Se podemos observar esta lei universal de trocas amorosas entre os diferentes seres vivos, podemos entender que o Ser Supremo deve também partilhar da necessidade de interações (ou seja, de trocas devocionais) em um nível fundamental. A principal diferença é que as trocas entre diferentes seres vivos são imperfeitas e limitadas, enquanto as trocas amorosas com o Ser Supremo podem ser realizadas em sua totalidade.
Podemos observar também que indivíduos que seguem princípios tidos como espirituais, podem atingir níveis de felicidade e trocas amorosas que não são experimentadas pelos que não os seguem. Isso demostra como um maior nível de conhecimento espiritual leva a um nível mais elevado do princípio de troca universalmente observável, que por sua vez eleva o praticante a um nível de felicidade que não é obtenível por vias materiais. Isso explica como os praticantes mais avançados de diferentes religiões podem se abster de prazeres mundanos, uma vez que eles experimentam prazeres vindos do plano espiritual.
Os livros da cultura Vaisnava, trazidos por A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada, tais como O Néctar da Devoção, descrevem com muitos detalhes o princípio eterno das mais elevadas manifestações desta lei universal da troca de serviços amorosos entre o ser Supremo e as entidades vivas, que podem ser experimentadas apenas por almas auto-realizadas.
Tais sistemas de prática espiritual são praticados por bilhões de seres humanos espalhados pelo globo. Isso sugere que o conhecimento espiritual é intrínseco ao ser humano e é uma das necessidades da vida, assim como sono e alimento. Ao abrir mão do conhecimento espiritual, nos tornamos seres incompletos, que precisam compensar a perda adquirindo bens e prazeres materiais, assim como uma pessoa com insônia, que pode experimentar diferentes prazeres, mas vai se sentir satisfeita apenas com uma boa noite de sono.
O Senhor Jesus Cristo, por exemplo, demostrou de forma extrema a aplicação deste conhecimento espiritual, a ponto de se sacrificar pelos outros. Tendo isso em mente, podemos entender que este princípio é importante a ponto de justificar o sacrifício voluntário. Isso pode parecer uma contradição, mas pode ser entendido facilmente se tivermos em mente que o plano espiritual é muito mais elevado que o plano material temporário.
Como a ciência não oferece conhecimento acerca destes princípios universais, ela é menos propensa a tornar as pessoas plenas. Dessa forma, ela deve ser encarada como uma ferramenta e não como uma filosofia de vida.

Hare Krsna !

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